A caridade, muitas vezes, é confundida com gestos que ecoam mais pelo som das palmas que provocam do que pela transformação que promovem. A falsa caridade veste-se de aparências, exibindo-se nas vitrines do mundo como um troféu de boas ações. Seu propósito não é aliviar a dor alheia, mas alimentar o ego e colecionar reconhecimentos. Ela grita para ser notada, se enfeita com discursos e busca retribuições terrenas.
Já a verdadeira caridade nasce do coração que se conecta com o divino. É silenciosa como a brisa que acaricia as folhas, discreta como a luz da manhã que ilumina sem pedir nada em troca. Ela não busca aplausos nem espera retorno, porque sua recompensa está na alegria de quem foi tocado pela bondade.
Quem pratica a verdadeira caridade entende que cada gesto de amor é uma oração viva, uma entrega sincera a Deus. Escolher viver para o Criador é tornar-se um instrumento do Seu amor, servindo com humildade e discrição. É agir no silêncio, porque sabe que o céu escuta até os mais leves sussurros de bondade.
Na caridade divina, não há lugar para o orgulho ou a vaidade. O bem é feito pelo bem, sem questionar merecimentos ou condições. É olhar nos olhos do próximo e enxergar um reflexo da própria alma, lembrando que, diante do Pai, todos somos iguais.
Portanto, a verdadeira caridade não precisa de plateias, apenas de corações dispostos. É nela que se encontra a essência do amor divino, pois quem dá com amor nunca perde, e quem ajuda em silêncio torna-se uma extensão do amor de Deus no mundo.
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